segunda-feira, julho 11, 2011

Saindo Do Banho


E quando saí do banho, fui surpreendida, lá estava você, sentado sobre o balcão de mármore onde fica a pia e os armários, olhando pra mim como se contemplasse a mais bela obra de arte.


Fingi ignorar sua presença e continuei meu ritual pós-banho: Desenrolei a toalha, peguei o hidratante, passei pelas mãos, braços, pescoço e seios...Apoiei uma das pernas sobre a privada e fui passando o creme delicadamente. Meu cabelo, longo e molhado escorria um pouco d'água, ainda quente, pelas minhas costas.


À essa altura, você já estava sem roupa, se tocando enquanto me olhava. Eu queria saber por quanto tempo mais ia se segurar, se mantendo a centímetros do meu corpo sem tocar-me.


Escovei os dentes, esvaziei a banheira e guardei os sais de banho. Foi quando você me agarrou, sem vergonha, sem medo. Virou-me contra a parede e disse, bem baixinho, o quanto havia sentido a minha falta...


-Ficar um dia longe de ti já é tempo demais...


Eu entrava em êxtase toda vez que me falava ao pé do ouvido, é como se pudesse me hipnotizar. Colou teu corpo no meu, teu corpo quente, suado, que desejava minhas curvas completando as tuas. Me abraçou e eu pude sentir o quanto sua vontade de ter-me era grande. Apenas beijei-o, um beijo lento, suave, intenso...Nossas línguas, agora, pareciam somente uma. Mordeu lentamente meus lábios, arrancou-me um suspiro. Parou. Sorriu. Como se estivesse começando a cumprir sua missão.


Revidei, sentei-te sobre o balcão e fui pra cima. Provocando-te, beijando-te, mordendo-te..."Rebolando", esfregando meu corpo no teu. 


Foi quando me segurou firme, e pôs pra dentro de mim, toda a tua "vontade". E de repente, eu não me sentia mais naquele lugar. Me perdi entre gemidos que soltava ao pé do seu ouvido e você retribuía-me com aquele seu jeito de fazer....
-Hmmmm
Que sempre me arrepiava. Minhas unhas nas tuas costas, tuas mãos guiando meus quadris. Naquele movimento mais que perfeito, em que eu me perdia em você e vice-versa...E vai-e-vem.


Olhos nos olhos, boca na boca, corpo quente, respiração forte e minhas pernas, do nada, estremecem.


Só consigo saber mesmo que ainda sou eu, porquê vejo teu reflexo no espelho embaçado de suor, enquanto sua pecadora descansa em um leito longe daqui....


(Misunderstood)


•Ouvindo agora: Again - Lenny Kravitz

terça-feira, julho 05, 2011

Deixa-me

E lentamente as linhas e entrelinhas 
Dessa folha em branco vão se preenchendo
Em palavras e sentimentos
Planos e atitudes
Que não se descrevem.


As janelas estão suadas
Está frio lá fora
Aqui dentro não é muito diferente
Gostaria de ter-te comigo, embaixo dos lençóis
No meio das minhas pernas
Fazendo das calças, algo desnecessário
Os casacos que fiquem nos armários
E minha calcinha jogada pelo chão.


Deixa-me sentir-te aqui, dentro de mim
Tuas mãos que me seguram firme
Enquanto meus cabelos grudam no seu suor.


Deixa-me sentir teu corpo
Na mesma frequência do meu
No mesmo ritmo
No mesmo balanço da dança
Que nos conduz ao nosso paraíso particular
Ao nosso céu vermelho.


Vermelho real, da cor do batom
Dos meus lábios a te deixar marcas pelo corpo
Vermelho do amor, do sabor, do calor que sentimos
Vermelho da cor do sangue que te escorre pelas costas
Quando minhas unhas não consigo controlar
E retalho-te em um ato de instinto...Natural...(sobre)natural.


Me encontro na tua boa
Sedenta por um beijo meu
Ávida por encontrar a minha língua
E nos embolarmos, nessa troca de desejos explícitos.


Me perco no teu olhar
Perdido n'outro canto do universo
Ainda assim, não disperso
Tentando se segurar um pouco mais
Enquanto cada átomo do seu corpo clama por mim


Apenas entregue-se enfim.


(Misunderstood)


•Ouvindo Agora: I Could Have Lied - Red Hot Chili Peppers